A Covid19, como uma incontrolável nuvem de gafanhotos, dizimou
vidas de todos os continentes da terra; primeiro a Ásia, alastrou-se pela
Europa, América do Norte, Central e do Sul e depois a África.
O Brasil, talvez por ter tirado preciosas lições com a
experiência anterior de outros países, organizou-se e apesar das diferenças
continentais, salvou seu povo.
Nenhum outro país foi tão pouco invadido pelo vírus quanto o
Brasil. Em nenhum outro lugar, respeitando as diferenças de tamanho e numero
populacional, morreu tão pouca gente.
Cento e vinte e três vidas. Cento e vinte e três sonhos que
não se concretizaram. Sentimos muito pelos familiares enlutados dessas cento e
vinte e três vítimas no Brasil. Sofremos por eles que perderam pais, mães, avós
ou filhos.
A participação do nosso presidente foi crucial, para esses
números. O povo teve força, apoio, uma
meta, e conseguimos! As fronteiras foram fechadas, políticas de
apoio aos brasileiros implementadas. Cada município conhecedor de seus moradores, encarregou-se de averiguar
quem precisava de ajuda.
Todas as noites, antes do horário de dormir, nosso chefe
maior, em cadeia nacional falava diretamente para o povo que o elegeu: “ Desejo a vocês muita força! Hoje é um dia a menos, um dia a menos, gente! Estamos dentro de numa caverna escura,
atravessando! Vamos alcançar o outro lado, vamos sim, todos bem. Mas preciso
que vocês fiquem em casa. Não saiam para nada, a não ser em caso de extrema necessidade, isso é só até
a escuridão dessa nuvem passar e o sol novamente aquecer nosso pais! Vamos ter
força, que isso vai passar logo! Um beijo no coração dos brasileiros que
perderam seus entes queridos. Choro ai
com vocês, taOK? Recebam o meu carinho
aí.”
Muito religioso, depois da oração reconfortante , ainda
completava: “Que nosso Pai maior nos acompanhe hoje e sempre. Durmam
bem!”
O mundo se uniu, ficou forte, imbatível. Inteligências
das mais relevantes escolas uniram suas pesquisas, estudos foram realizados e
as vacinas vieram.
A empatia e a compaixão pelo outro, pelo semelhante destruiu
o vírus. Toda a população terrena, desde o bolso cheio até o vazio foi vacinada
e o planeta respira. Inspira, respira, inspira, respira.
Quando a nuvem de doença clareou, uma nova consciência
apareceu. Desde então todos importam:
Negros, brancos, mulheres, homens, pobres, ricos, humanos, e não humanos...