Vou começar essa resenha indo direto ao ponto: "Plural de Fêmeas" é uma das minhas leituras preferidas do ano!
Desde a abertura com "Chá de Rivais", o livro chega com os dois pés na porta e, se o leitor não virar as páginas com cuidado e olhar para os lados, de vez em quando, periga ser nocauteado assim como os personagens.
Formado por 19 contos, distribuídos em quatro segmentos, "Plural de Fêmeas" dá voz e protagonismo à mulheres fortes, que caem, que levantam, que apanham, que revidam, que resistem, que se vingam e retomam o controle de suas vidas.
A escrita fluída e ágil de Sinara, temperada com uma boa dose de violência, não se esquiva de abordar temas polêmicos ou tabus. Há uma brutalidade que lembra Silvia Ocampo e outras grandes autoras da literatura latino-americana, ao abordar temas que são universais, ainda que com uma familiaridade, infelizmente, brasileira. São as dores de mães, esposas, filhas ou simplesmente mulheres, diante de um sistema opressivo que tenta a todo custo calar, ridicularizar, diminuir ou mesmo destroçar suas vidas. Mas aqui elas tem o destino nas mãos - e muitas vezes a faca, a motoserra e o volante do carro também!
São histórias vibrantes, frenéticas e reflexivas que acabam com um sorriso no rosto ou uma lágrima nos olhos ("Mamãe Noel" me fez chorar, pela primeira vez, lendo um livro).
Que cada vez mais mulheres ocupem seu espaço e contem suas histórias. Sinara Foss é, sem dúvida, uma dessas principais vozes.
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