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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

SPAY DAY BRAZIL- Dia da Castração Solidaria no Brasil


Em alguns paises existe o SPAY DAY - dia de castração de animais!!! Vamos lançar aqui no Brasil essa ideia??
Um dia em que cada veterinario castrará um gato e um cao de rua de graça!
Não precisamos nem falar no bem que a castração faz nos animais, nas doenças que previne...isso tudo ja sabemos. Queremos é divulgar e difundir essa ideia em todo o lugar do nosso Brasil!!
Vamos divulgar e escolher a data ??? Que tal 12 de abril o dia em que a Sissi nasceu??
Dia 12 de abril o dia Nacional de Castração de Animais de Rua no Brasil!!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Rato de Biblioteca - MULHERES

Mulheres

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Em treze contos, Sinara Foss conta histórias de mulheres muito diferentes entre si: uma é solteira e tem a oportunidade de rever o grande amor da juventude; outra é casada mas vive com um completo estranho; uma adolescente forçada a um novo rumo na vida, que a faz conhecer o egoísmo e a decepção; uma mãe superprotetora que tem na filha sua única fonte de afeto depois do divórcio; uma mulher casada e feliz, que encontra em suas fantasias a emoção que lhe falta na vida real.

“Antes não éramos estranhos, mas o tempo foi nos mudando, cada um de um modo diferente. E um não informou o outro sobre as mudanças que estavam acontecendo, um não informou o outro o que se passava. Ambos não nos interessamos em conversar, em dialogar para conhecer diariamente a nova faceta do companheiro… Fomos deixando de nos conhecer aos poucos e quando nos demos conta disso, já era tarde demais, já havíamos nos tornado estranhos.”

Nenhuma delas tem nome; em todas as histórias elas expõem suas dúvidas, dores, frustrações, abrem sua alma e se deixam conhecer. Muitas delas sofreram o abandono, a decepção com os homens; estes são pintados com cores pouco favoráveis. Seja pelo divórcio, traição, desprezo ou violência, este é um livro de contos em que os homens estão longe do ideal.

“A ele só interessa como os outros me vêem, e não o modo como eu me sinto, como eu me vejo. Ele não tem interesse em saber como me sinto, se estou sendo incomodada por alguém. E tudo isso é pela única e exclusiva razão de que eu não o interesso. Se me sinto um lixo, que importância tem? Se ele me amasse sua atitude seria outra, se ele fosse um marido que tivesse aquelas qualidades que toda mulher procura em um homem, tudo seria diferente.”

Mas a autora não pretende apenas mostrar os homens como vilões; em alguns contos, como “Arrependimentos“, a personagem reflete sobre as decisões que tomou e percebe que jogou fora uma vida de felicidade para viver uma aventura; ela compreende que foi a responsável pelos rumos que sua vida tomou.

No conto “Sozinha“, a velha senhora relembra toda uma vida de dedicação a uma família que não era a sua, e percebe-se dependente da boa vontade alheia. Triste retrato da velhice e da solidão, e a tristeza por se sentir um estorvo para aqueles que criou.

“Todos esses anos, tudo o que eu fiz não foi nada… Eu sei que ninguém me pediu tanto amor, tanta dedicação, que ninguém me impediu de casar, de constituir uma família que fosse minha… Ninguém me impediu de ter a minha própria vida… Mas eu me dediquei tanto que esqueci que eu também tinha uma vida para viver… Eu tinha tudo o que eu queria com eles…”

Nem todas as personagens de Sinara são donas de seu destino; a mulher de “Sem amor próprio” abre mão de sua dignidade para manter um casamento infeliz, por medo de prosseguir sozinha. Infelizmente essa situação não está presente apenas na ficção; ainda hoje muitas mulheres, por opção ou por falta dela, continuam presas a casamentos de fachada, sem coragem de lutar pela sua felicidade.

Mulheres brasileiras, lutadoras, vítimas, resignadas, sonhadoras, corajosas, com esperança. Histórias reais, possíveis e comoventes. Os contos de Sinara não escondem a realidade dessas vidas; antes, revelam sentimentos e problemas comuns a muitas mulheres da vida real. Problemas como a solidão, a traição, o divórcio, a morte.

“Quanto tempo ainda tenho de vida? Um mês? Dois ou mais? Para os médicos minha operação foi um sucesso, mas para mim nem sei mais se isto importa. Meu marido diz que o que importa é adiar a morte. Adiar a morte… A gente sabe que vai morrer, mas sempre se tem a impressão, ou ilusão, de que a morte está longe, então nem se pensa nisto. Mas eu tenho que pensar. A minha morte foi só adiada. Por quanto tempo, Deus? Não teria sido melhor se eu a tivesse deixado vir de uma vez? Eu poderia então esperá-la de cabeça erguida, com o meu corpo todo, inteiro, com todos os órgãos que nasci… E pensar que o meu corpo não é mais o mesmo, que pedaços de mim já não me pertencem mais… Parece que nem sou mais eu…”

Diferente dos outros trabalhos da autora, estes contos nos convidam à reflexão sobre a situação da mulher atual. Ainda hoje muitas sofrem violência, discriminação, são vistas apenas como objetos e nem sempre conseguem encontrar um companheiro que as trate com carinho e respeito. Estes retratos podem ser uma janela ou um espelho; depende da história de cada uma de nós.

O livro está em catálogo e pode ser comprado diretamente no site da autora, pelo e-mail sinara@sinarafoss.com ou pela livraria Cultura. Sinara Foss também é a autora de Divagações de Sissi, Memórias de um cachorro velho, Nossas Vidas e Sissi no Futuro, que será lançado em abril de 2011.

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Ficha:

Mulheres (contos - 2008)

Sinara Foss

1ª edição - Editora Biblioteca 24×7

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