Anos de lavagem cerebral, dados alterados e mentiras enraizadas cavaram pouco a pouco um buraco imenso e profundo no maior país, em extensão de terras, da América do Sul. As mídias, com interesses próprios, lançavam fatos e dados mascarados de verdade sobre a população. Aqueles que tinham maior poder econômico ajudavam a disseminar informações sem fundo verdadeiro. Fantasias hipotéticas de números e propriedades inexistentes criaram um monstro monocórdio, inimigo da flora e da fauna, que urrava “Talkey”.
Além desse termo coloquial, a besta proferia ofensas às mulheres, à liberdade de imprensa, negros, homossexuais, portadores de HIV... As verborragias enunciadas alienaram ainda mais os seus ascetas hipnotizados.
Toda a população, tanto os simpatizantes do horrendo energúmeno como os mais conscientes, foram chutados à essa cova. Jogados uns sobre os outros, enfraqueceram dia a dia, sem água para beber ou alimento.
Alguns, pensando em si mesmos, tentavam sair e pisavam sobre os semelhantes caídos. Aos gritos, sentiam dores atrozes, desde que doenças estranhas começaram a aparecer.
Mesmo assim, essas pessoas, com roupas rasgadas e sujas de barro, ainda conclamavam emocionados, certos de sua escolha: “Mito”, “Mito”, “LulaDrão”, “ForaPT”. Parentes e, antes, amigos odiaram-se.
Tantas foram as trocas de socos e chutes, insultos e afrontas de todos os lados que nenhum deles percebeu a terra apodrecida, chovendo sobre suas cabeças.
A cada quantidade de terra que soterrava tanto admiradores quanto opositores, a criatura berrava, a saliva grossa se juntava branca e grossa no canto de sua bocarra.
– “Isso é para o bem do Brasil! Isso é para o bem do Brasil. O Brasil é nosso”
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